PAROQUIA SANTA ANA DA MUNHUANA
A paróquia Santa
Ana Munhuana localizada na cidade de Maputo è uma das maiores paróquias da
Arquidiocese de Maputo. Fundador a 02 de Janeiro de 1909 hoje, a sua missão
principal é evangelizar os povos, com palavras, acções e testemunho de vida,
inspirado na sua padroeira Santa Ana, que foi uma Mulher simples, humilde e
trabalhadora.
Actualmente,
Paróquia conta com cerca de seis mil cristãos praticantes devidos em 43 nulos.
A paróquia cobre o espaço geográfico de 2,5km2, correspondente aos bairros do
Alto Maé, Malhangalene, Mafalala, Minkadjine, Xipamanine, Málaga e Xamanculo.
Para levar
adiante e com sucesso este projecto de evangelização, neste meio urbano que
apresenta muitos desafios na actualidade, a paróquia possui uma ampla estrutura,
constituída por 19 Ministérios, 43 núcleos, vários Movimentos Laicas, algumas
congregações religiosas que juntamente com os cristãos desenvolvem diversas
actividades sociais de natureza formativa e inclusiva, cujo objectivo é criar
um clima de família entre os diferentes grupos de pessoas que fazem parte. Actualmente,
a Paroquia Santa Ana da Munhuana é dirigida pelo Pároco Padre Geraldo Uaiare e
seu vigário, Padre Ernesto Paulino Mucavele, ambos da Congregação do Santíssimo
Sacramento, e contam com a colaboração de uma vasta equipe missionária e de
leigos comprometidos com a causa de Jesus Cristo e com o anuncio da Boa Nova à
sociedade Moçambicana em geral.
A Nossa História
O encontro entre
culturas e a fusão da paróquia Santa Ana.
De acordo com alguns
relatos, o lugar era um mato. A cidade civilizada terminava perto da actual
avenida 24 Julho. Esses dados são indicadores de que a vida dos habitantes que
lá se encontravam era caracterizada por uma dinâmica da época, marcada por actividades
agrícola, e os familiar eram de condições simples, humildes e alegres, apegadas
às tradições culturas dos antepassados e era na capo onde encontravam recursos
natural para o seu a sustento.
O povo do bairro Indígena
e portador de uma cultura própria, tem o seu ritmo vida, sua maneira de trabalhar,
de se alimentar, de dançar, e de cantar, enfim de conviver, mas certamente, e
como africano têm um alimento essencial e o aspecto comunitário. Mas tarde, iremos
ver como esta característica marcante da cultura africana ira marcar os momentos
de crescimento da paróquia Santa Ana da Munhuana.
No nascimento de
um bebe, a família faz festa; na seca as pessoas juntam-se e faz procissões de penitência
para pedir a chuva aos deuses; para derrubar arvores, e cantam e juntam esforços.
O batuque e o canto acompanham as danças em que todos participam. E quanto há
festa todos contribuem para as despesas. Em fim, podemos imaginar este cenário.
E a história repete-se. Será este mesmo cenário que se repetirá mas tarde.
Alias, hoje podemos presenciar um poço de tudo isto acontecendo na nossa paróquia,
embora de forma diferente, porque dinâmica do mundo da vida é outra, o ritmo é outro,
mas saturado, mas veloz, mas estranho. Um meio ambiente marcado pela
urbanização que pouco a pouco modificou a geografia do bairro da Munhuana e ditou
novas estrutura administrativas estatais.
Em lembras a da
sua terra natal, pediram á autoridade eclesiástica da época que houvesse no
subúrbio uma paróquia com o nome Santa Ana, sua padroeira em Goa. Este pedido
foi-lhe antedito.
Nesse tempo
destaca-se a figura do senhor Gabriel Francisco Rego da Silva, que vivia em
Lourenço Marques e os seus negócios prosperavam. Gabriel era nascido em Sofala,
em 05 de Maio de 1855. Ele residia aí desde 1882, quando Loureço Marques não
era senão cidade pobre e insalubre. Este senhor era conhecido como o africano. Era
católico fervoroso e teve a ideia de construir, na Munhuana, com seus recursos,
uma grade Igreja sob o património de Santa Ana, com escola e centro de saúde. A
Igreja projectada por ele teria 25 metros de comprimentos, 10 de largura e 7 d altura.
Como se
aproximava a data histórica da visita do príncipe Real Luís Filipe, Gabriel
obteve abertura da parte das autoridades que a primeira pedra da constituição
fosse lançada pelo herdeiro do trono de Portugal. A Cerimonia solene decorreu a
18 de Agosto de 1907. Era um ambiente de festa. Erigiu-se uma tenda de tela,
condecorada com as cores nacionais. A pedra foi preparada e o príncipe, com o
Ministro, o governador-geral e outras diversas autoridades chegaram ao local á
hora marcada. Foi um dia de festa da Munhuana.
Em 1911, em plena
euforia republicana, o tempo não era favorável aos projectos do padre João Alves
de Moura, que deu então os fundos para ajudar a construção da igreja de Santa
Ana da Munhuana passaram-se vários anos. A obra projectada com entusiasmo por
Rego da Silva não avançava. O capitalista estava arruinado. Os habitantes do subúrbio
uniram-se então para ajudar, mas a sua fraca capacidade financeira não podia realizar
inteiramente o que Rego da Silva tinha desejado. Contudo, a pedra da fundação
lá estava, e a missão fundada era a mas importante obra que se podia ter na
época.
Construiu-se dificilmente
uma modesta Igreja e Escola anexa; mais tarde, sob iniciativa de D. Rafael,
prelado de Moçambique, num terreno vizinho onde existia uma modesta casa paroquial,
que foi fundado em 1929, A CASA DA EDUCAÇÃO para jovens raparigas. A direcção
da mesma foi confiada a Madre Clotilde, uma venerável anciã fervorosa educadora.
Mais tarde, passados
vinte anos Abriu-se uma obra social de protecção da infância, poder que até ao presente,
ainda não há uma semelhante no país. Era tão grade e a sua actividade era
excelente que um jornalista metropolitano um dia exclamou admirado; “Enfim,
Moçambique tem o seu titio de América!”.
Vejamos o que q aconteceu.
A Escola, que devia chamar-se Luís Filipe, ficou sem nome. No entanto foi
aplicada e transformada e, mas tarde, foi reinaugurada a 11 de Fevereiro de1934,
pelo então Governador Coronel José Cabral. O Dispensário, que devia chama-se
‘‘Aires Ornelas ‘’, fico sem padroeiro. E pior ainda, o nome de um homem tão
generoso que morreu na miséria, Gabriel Francisco Rego da Silva, caiu no esquecimento,
apesar de sua destacável virtude de solidariedade em distribuir os seus bens a mãos
cheias entre os podres da Munhuana. Na óptica de irmã Dorothea, nossa fonte
fidedigna, muita pouca gente se lembra dessa figura.
Alguns documentos
históricos são ricos de detalhes e actualizam-nos sobre os acontecimentos
relacionados com a fundação da igreja de Santa Ana da Munhuana com este artigo
publicado no jornal diário ‘’Notícias’’ do dia 15 de Agosto de 1957.
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